DJONGA – Flow #433 – 15 de abril de 2025

DJONGA – Flow #433 – 15 de abril de 2025

No dia 15 de abril de 2025, o Flow Podcast recebeu um dos nomes mais importantes do rap nacional: Djonga. Em uma conversa franca e reveladora com Igor, Djonga compartilhou detalhes sobre seu novo álbum, “Quanto Mais Como, Mais Fome Sinto”, explorando temas profundos como a fome, a fé, a família e os desafios da vida e carreira. A entrevista também abordou a espiritualidade de Djonga, sua relação com a religião de matriz africana, e sua visão sobre o cenário musical e a influência da internet. Este post detalha os principais pontos abordados no vídeo, oferecendo uma análise conservadora e respeitosa dos temas discutidos.

Participantes do Vídeo

O vídeo conta com a participação de duas figuras centrais:

  • Djonga: Rapper renomado, conhecido por suas letras impactantes e sua visão crítica da sociedade. No vídeo, Djonga compartilha sua trajetória, suas inspirações e seus medos, demonstrando uma profunda conexão com suas raízes e com a realidade do povo preto e favelado.
  • Igor (Apresentador do Flow Podcast): Conduz a entrevista com Djonga, explorando os temas do novo álbum e da vida do artista. Igor demonstra respeito pela trajetória de Djonga, criando um ambiente de diálogo aberto e honesto.

Análise Detalhada do Vídeo

A conversa entre Djonga e Igor é rica em insights e reflexões sobre diversos temas. A seguir, apresentamos uma análise detalhada dos principais pontos abordados:

Apresentação e Temas Iniciais

O vídeo começa com Igor apresentando Djonga e expressando sua admiração pelo trabalho do artista. Djonga, por sua vez, agradece o convite e demonstra humildade, afirmando que sempre tenta dar o seu melhor. A conversa logo se encaminha para o tema central do novo álbum de Djonga: a fome.

A Fome: Material e Espiritual

Djonga explica que o álbum “Quanto Mais Como, Mais Fome Sinto” explora a temática da fome em suas diversas dimensões: a fome de comida, a fome de vontade, a fome de reconhecimento. Ele ressalta que, para quem é pobre, favelado e preto, essas diferentes formas de fome se encontram em um mesmo lugar de dor e luta.

Djonga compartilha que a primeira música escrita para o álbum o surpreendeu por não ser tão agressiva quanto ele imaginava. Ele descreve a música como uma “agressividade madura”, que expressa ódio, mas também consciência e esperança.

A Importância da Família e da Ancestralidade

Um dos pontos altos da entrevista é quando Djonga fala sobre sua família, especialmente sua mãe e sua avó. Ele descreve sua mãe como uma mulher forte e batalhadora, que foi uma das primeiras pessoas pretas que ele conheceu a ter uma formação universitária. Djonga também exalta a importância de sua avó, que é uma líder religiosa de matriz africana e uma figura central em sua vida.

Djonga ressalta que sua avó começou sua jornada religiosa aos 7 anos de idade e que, hoje, aos 89 anos, é uma entidade viva para ele e sua família. Ele conta que as pessoas que acompanham seu trabalho demonstram grande respeito por sua avó, pedindo sua bênção e reconhecendo sua energia positiva.

A relação de Djonga com sua família e sua ancestralidade demonstra a importância de valores como respeito, tradição e união familiar. Djonga reconhece que sua trajetória não seria possível sem o apoio e a sabedoria de seus antepassados.

A Fé e a Espiritualidade

Djonga compartilha abertamente sobre sua fé e sua religião de matriz africana. Ele explica que sua religião é uma parte fundamental de sua vida e que o ajuda a se manter firme em momentos de dificuldade. Djonga também ressalta que sua fé é uma forma de marcar território e de combater o preconceito e a intolerância religiosa.

Djonga menciona a importância de Exu em sua vida e em seu trabalho. Exu, o orixá dos caminhos, é o responsável por abrir as portas e por proteger aqueles que o buscam. Djonga conta que sempre pede a licença de Exu antes de iniciar um novo projeto, demonstrando respeito e reverência por sua fé.

Desafios da Carreira e a Busca por Estabilidade

Djonga fala sobre os desafios da carreira artística e sobre a importância de se manter firme diante das dificuldades. Ele ressalta que a carreira é feita de altos e baixos e que é preciso saber administrar os momentos de crise. Djonga também compartilha seu medo de que tudo acabe e de não conseguir construir uma base sólida para seus filhos.

Apesar dos desafios, Djonga demonstra paixão pelo que faz e afirma que a música é uma doença para ele. Ele reconhece que é um privilegiado por poder viver de sua arte e que pretende continuar trabalhando duro para alcançar seus objetivos.

Djonga expressa sua preocupação com a qualidade de vida de seus filhos e com a necessidade de protegê-los da violência e da criminalidade. Ele ressalta que o nascimento de sua segunda filha foi um grande motivador para buscar novas oportunidades e para melhorar sua condição financeira.

A Influência da Internet e a Busca por Autenticidade

Djonga critica a superficialidade e a busca por likes e engajamento que permeiam o mundo da internet. Ele afirma que muitas pessoas estão mais preocupadas em criar conteúdo para as redes sociais do que em viver o momento presente.

Djonga ressalta a importância de se manter autêntico e de não se deixar levar pelas pressões do mercado. Ele afirma que sua vontade de continuar fazendo arte vem de sua história, de suas raízes e de sua fé.

O Processo Criativo e as Referências Musicais

Djonga compartilha detalhes sobre seu processo criativo e sobre as referências musicais que o inspiram. Ele menciona nomes como Milton Nascimento e Samuel Rosa, demonstrando seu apreço pela música brasileira e sua admiração por artistas que fazem arte com alma e com propósito.

Djonga explica que o nome do álbum, “Quanto Mais Como, Mais Fome Sinto”, surgiu de um conto de Exu que fala sobre a insaciabilidade e a busca constante por mais. Ele afirma que esse conto o impactou profundamente e que o ajudou a dar um sentido para seu novo trabalho.

A Capa do Álbum e o Significado dos Símbolos

Djonga explica o significado dos símbolos presentes na capa do álbum, como o galo preto e a lágrima de ouro. O galo, segundo Djonga, representa a fome e o alimento, além de ser um animal importante em sua religião. A lágrima de ouro, por sua vez, simboliza a riqueza e a prosperidade, mas também a dor e o sofrimento.

Djonga conta que a produção da capa foi um processo desafiador e que o galo acabou guiando o resultado final. Ele também menciona que a roupa que ele usou na capa não era a que estava planejada, mas que acabou sendo a escolha certa.

A Importância da Consciência e da Responsabilidade Social

Djonga ressalta a importância de se ter consciência e responsabilidade social, especialmente em um momento em que tantas notícias falsas e discursos de ódio circulam na internet. Ele afirma que é preciso ter cuidado com o que se fala e com o que se compartilha, pois as palavras têm poder e podem influenciar as pessoas.

Djonga critica o racismo e outras formas de preconceito, afirmando que é preciso combatê-los com todas as forças. Ele ressalta que a luta contra o preconceito é uma luta de todos e que é preciso educar as crianças para que elas cresçam com respeito e tolerância.

Reflexões Finais

Ao final da entrevista, Djonga faz uma reflexão sobre sua trajetória e sobre o que o motiva a continuar fazendo arte. Ele afirma que seu objetivo é tocar o coração das pessoas e fazer com que elas reflitam sobre a realidade que as cerca.

Djonga ressalta a importância de se manter fiel aos seus valores e de não se deixar levar pelas pressões do mercado. Ele afirma que sua arte é uma forma de expressar sua identidade e de dar voz àqueles que não têm voz.

Conclusão

A entrevista de Djonga no Flow Podcast é um verdadeiro mergulho na mente e no coração de um dos artistas mais importantes do rap nacional. Djonga compartilha suas reflexões sobre a vida, a carreira, a fé e a sociedade, demonstrando uma profunda conexão com suas raízes e com a realidade do povo preto e favelado. A conversa é um convite à reflexão e à ação, mostrando que a arte pode ser uma ferramenta poderosa para transformar o mundo.

Djonga, com sua humildade e sabedoria, nos ensina que é preciso ter coragem para enfrentar os desafios, fé para superar os obstáculos e consciência para lutar por um mundo mais justo e igualitário.


Fique Atualizado, receba resumos diariamente!

Please enable JavaScript in your browser to complete this form.
Name