CINEMA BRASILEIRO É BOM? – BENTO RIBEIRO E LORD VINHETEIRO – Inteligência Ltda. Podcast #1525 – 09 de maio de 2025
O podcast Inteligência Ltda. é conhecido por trazer debates acalorados e discussões profundas sobre diversos temas. No episódio #1525, Rogério Vilela recebe Bento Ribeiro e Lord Vinheteiro para uma conversa franca sobre o cinema brasileiro. O debate oscila entre a defesa apaixonada de algumas produções nacionais e a crítica ferrenha à qualidade geral e às temáticas abordadas nos filmes contemporâneos. Este post destrincha os principais pontos dessa discussão, oferecendo uma análise detalhada do que foi dito, sempre sob uma perspectiva que valoriza a ordem, a disciplina e a responsabilidade individual.
Incorporação do Vídeo
Descrição dos Entrevistados
Rogério Vilela (Apresentador)
Rogério Vilela, o anfitrião do Inteligência Ltda., conduz a conversa com seu estilo característico, mesclando humor e questionamentos pertinentes. Sua função é guiar o debate, provocar os convidados e garantir que a discussão se mantenha interessante para o público. Vilela demonstra abertura para diferentes opiniões, embora não hesite em expor seu próprio ponto de vista, criando um ambiente dinâmico e interativo.
Bento Ribeiro
Bento Ribeiro é conhecido por seu canal “Chapado Crítico”, onde analisa filmes de diversas nacionalidades, incluindo produções brasileiras. Sua abordagem é marcada pela sinceridade e pela análise técnica, buscando identificar os pontos fortes e fracos de cada obra. No podcast, Bento se posiciona como um crítico ponderado, reconhecendo o potencial do cinema nacional, mas também apontando suas deficiências e a necessidade de aprimoramento.
Lord Vinheteiro
Lord Vinheteiro, autodenominado “príncipe da burguesia”, é famoso por seus vídeos de música e humor, nos quais frequentemente critica aspectos da cultura popular e da sociedade brasileira. Sua participação no podcast é marcada por opiniões fortes e controversas, defendendo a superioridade do cinema americano e tecendo duras críticas ao cinema nacional, que considera, em grande parte, “filme de fezes”. Sua visão é conservadora e valoriza a excelência técnica e a qualidade artística em detrimento de agendas ideológicas.
Análise Detalhada do Vídeo
O podcast se inicia com a tradicional introdução de Rogério Vilela, que logo apresenta os convidados: Bento Ribeiro e Lord Vinheteiro. A dinâmica entre os três é estabelecida desde o início, com Vilela atuando como mediador, Bento como o crítico ponderado e Vinheteiro como o defensor de opiniões mais radicais.
Abertura e Primeiras Impressões
A conversa começa de forma descontraída, com Vinheteiro expressando seu desconforto com o cheiro do microfone e Vilela brincando sobre a recente participação de uma “ocultista” no programa. Essa introdução leve serve para quebrar o gelo e preparar o terreno para a discussão mais séria que virá a seguir. A breve digressão sobre a visita de um “papa americano” também revela o alinhamento ideológico de Vilela, que demonstra preferência por figuras conservadoras.
O Cinema Nacional em Debate
O cerne da discussão gira em torno da qualidade do cinema brasileiro. Vinheteiro não poupa críticas, afirmando que a maioria dos filmes nacionais são “de fezes” e que a “lacração” excessiva compromete a qualidade artística das produções. Ele argumenta que a imposição de agendas ideológicas e a falta de originalidade são os principais problemas do cinema brasileiro contemporâneo.
Bento, por sua vez, adota uma postura mais equilibrada. Ele reconhece que grande parte do cinema nacional é de baixa qualidade, mas defende que existem algumas obras que merecem reconhecimento. Bento cita “Tropa de Elite” como um exemplo de filme brasileiro bem-sucedido, tanto em termos de crítica quanto de público. Ele também menciona seu canal “Chapado Crítico”, onde analisa filmes de diversas nacionalidades, buscando identificar seus pontos fortes e fracos.
Análise de “Branca de Neve” e a “Lacração”
A discussão se intensifica com a análise do filme “Branca de Neve”, que serve como exemplo para ilustrar o que Vinheteiro considera “lacração” excessiva no cinema. Ele critica a escolha da atriz principal, a mudança na representação dos anões e a alteração da história original, que, segundo ele, descaracterizam a essência da obra e a tornam “doente”.
Bento concorda que o filme “Branca de Neve” é problemático, mas pondera que nem todas as críticas são válidas. Ele argumenta que algumas mudanças podem ser interpretadas como tentativas de modernizar a história e torná-la mais relevante para o público contemporâneo.
A Questão da Bilheteria e o “Compromisso”
Vinheteiro defende que os diretores de cinema deveriam ter um maior compromisso com a bilheteria e com o retorno financeiro de seus filmes. Ele argumenta que, se um diretor não consegue apresentar resultados satisfatórios, ele não deveria receber mais dinheiro público para produzir novas obras. Essa visão reflete uma preocupação com a eficiência e a responsabilidade na gestão dos recursos públicos.
Bento concorda que é importante buscar um equilíbrio entre a expressão artística e o retorno financeiro, mas ressalta que nem todos os filmes precisam ser um sucesso de bilheteria. Ele argumenta que algumas obras podem ter um valor cultural e artístico, mesmo que não atraiam um grande público.
A “Lei Rouanet Americana” e a Mentalidade Cinematográfica
Vinheteiro ironiza a qualidade de “Branca de Neve”, sugerindo que o filme foi feito sob a influência de uma “lei Rouanet americana”, em alusão ao sistema de financiamento da cultura no Brasil. Ele argumenta que existe uma mentalidade cinematográfica que prioriza a “lacração” e a imposição de agendas ideológicas em detrimento da qualidade artística e do entretenimento.
Bento concorda que existe um problema na mentalidade de alguns cineastas, mas ressalta que nem todos os filmes brasileiros se encaixam nesse padrão. Ele defende que é preciso valorizar as obras que buscam a originalidade e a qualidade artística, em vez de generalizar e condenar todo o cinema nacional.
A Busca pela Qualidade e a Influência Americana
A discussão se estende para a comparação entre o cinema brasileiro e o cinema americano. Vinheteiro defende a superioridade das produções americanas, argumentando que elas possuem uma maior qualidade técnica, um melhor roteiro e um maior compromisso com o entretenimento. Ele cita diversos filmes americanos como exemplos de excelência cinematográfica, contrastando-os com as produções brasileiras que considera “de fezes”.
Bento, por sua vez, reconhece a influência americana no cinema mundial, mas ressalta que o Brasil possui uma cultura rica e diversa que pode ser explorada de forma original e criativa. Ele defende que o cinema brasileiro deveria buscar sua própria identidade, em vez de tentar imitar os modelos americanos.
O Futuro do Cinema Brasileiro
O debate se encaminha para o fim com uma reflexão sobre o futuro do cinema brasileiro. Vinheteiro se mostra pessimista, afirmando que não vê perspectivas de melhora na qualidade das produções nacionais. Ele defende que é preciso uma mudança radical na mentalidade dos cineastas e uma maior valorização da excelência técnica e da originalidade.
Bento, por sua vez, se mostra mais otimista. Ele acredita que o cinema brasileiro tem potencial para se desenvolver e alcançar um maior reconhecimento internacional. Ele ressalta que é preciso investir na formação de novos talentos, incentivar a produção de obras originais e buscar um equilíbrio entre a expressão artística e o retorno financeiro.
Conclusão
O podcast Inteligência Ltda. com Bento Ribeiro e Lord Vinheteiro proporciona uma análise crítica e provocadora do cinema brasileiro. Enquanto Vinheteiro expressa um ceticismo contundente, Bento oferece uma perspectiva mais matizada, reconhecendo o potencial do cinema nacional, mas também apontando suas deficiências. A discussão é enriquecida pela dinâmica entre os três participantes, que apresentam diferentes pontos de vista e perspectivas sobre o tema.
A crítica de Vinheteiro, embora radical, levanta questões importantes sobre a qualidade, a originalidade e a responsabilidade no cinema brasileiro. Sua defesa da excelência técnica e da valorização do entretenimento ressoa com um público que busca produções cinematográficas que ofereçam uma experiência gratificante e enriquecedora. A postura conservadora de Vinheteiro, que valoriza a ordem, a disciplina e o respeito às instituições, reflete uma visão de mundo que busca a estabilidade e a segurança em meio às mudanças e incertezas do mundo contemporâneo.
A análise de Bento, por sua vez, oferece um contraponto importante, reconhecendo a importância da experimentação e da expressão artística, mas também defendendo a necessidade de buscar um equilíbrio entre a criatividade e o retorno financeiro. Sua visão ponderada e sua análise técnica contribuem para um debate mais completo e enriquecedor sobre o cinema brasileiro.
Em suma, o podcast Inteligência Ltda. oferece uma reflexão valiosa sobre o cinema brasileiro, seus desafios e suas oportunidades. A discussão, embora por vezes acalorada, contribui para um debate mais amplo sobre a cultura, a arte e os valores da sociedade brasileira.