EPISÓDIO PRA VOCÊ QUE GOSTA DE DOTA [com Astini e 4nalog] – 27 de março de 2025

No universo dos games, poucos títulos geram tanta paixão e longevidade quanto Dota 2. Em um episódio especial dedicado aos fãs deste MOBA lendário, reuniram-se para uma conversa descontraída e nostálgica alguns dos maiores entusiastas e conhecedores do jogo. A transcrição revela uma rica tapeçaria de memórias, experiências e insights sobre a evolução do Dota ao longo dos anos, desde suas origens no Warcraft até se tornar um dos maiores fenômenos dos eSports contemporâneos.

Os Participantes: Uma Mesa Repleta de Veteranos

O episódio contou com um elenco diversificado de participantes, cada um trazendo sua própria perspectiva e história com o jogo. O apresentador Igor abriu o programa com a tradicional saudação “Salve salve família bem-vindos a mais um flow”, apresentando os convidados que formavam uma verdadeira reunião de entusiastas de Dota1.

Além do apresentador, estavam presentes:

  • Genzão: Um dos primeiros a ser apresentado, parece ter uma longa história com o jogo, embora não entre em muitos detalhes sobre seu background específico durante esta conversa.
  • Fênix: Descrito em certo momento como “ruim para caramba” em tom de brincadeira, Fênix parece ter uma história com o jogo que remonta aos primeiros dias do Dota 2, embora admita não ter alcançado ranks muito altos no jogo.
  • Aine: Um participante que parece ter experiência com o jogo, mas que se mantém mais reservado durante a discussão.
  • Analog (4nalog): Um dos participantes mais experientes, Analog demonstra conhecimento profundo sobre o jogo, mencionando sua habilidade com personagens como Invoker. Sua presença é destacada no título do episódio, sugerindo que ele é uma figura de relevância na comunidade.
  • Astini: Embora mencionado no título do episódio, Astini tem participação mais discreta na transcrição, o que sugere que ele pode ter se envolvido mais em outras partes do programa não incluídas neste trecho.

A dinâmica entre os participantes é marcada por um tom de camaradagem e provocação amigável típica entre jogadores de longa data, com comentários como quando Igor menciona sobre o Invoker do Analog ser “brabo”1.

A Evolução de Dota: Das Lan Houses ao Fenômeno Global

Um dos aspectos mais fascinantes da conversa é o mergulho na história do Dota, traçando sua evolução desde os primórdios até se tornar um dos maiores títulos de eSports do mundo.

As Origens e o Impacto nas Lan Houses

Durante a conversa, os participantes relembram com nostalgia a era das Lan Houses, quando o Dota original (Dota 1) era um dos jogos mais populares do Brasil. Analog menciona: “Eu acho que no Garena o Dota era o maior jogo do Brasil na época, eu acho que era gigantesco ali no Garena”1. Ele continua explicando que este período de dominância foi relativamente curto, pois logo surgiram outros títulos como League of Legends.

A importância cultural das Lan Houses para a disseminação do jogo no Brasil é enfatizada. Como Igor comenta: “Eu lembro que para mim foi a galera saindo do Cabô Fliperama, os caras começaram a jogar, virar L Houses, virou tudo L house, os caras começaram a jogar as paradas”1. Ele ainda complementa que o Dota era o terceiro jogo mais jogado nas Lan Houses da época, ficando atrás apenas do Counter-Strike e possivelmente outro título.

A Transição para o Dota 2

A transcrição revela detalhes interessantes sobre a transição do Dota original para o Dota 2. Igor compartilha sua experiência: “Eu peguei aqui do beta do Dota 2, foi assim que conheci o universo… o pit mané distribuiu pelo Brasil as kis de Dota 2, todo mundo pegou de alguma forma através dele”1.

Ele complementa com uma anedota curiosa sobre sua primeira impressão do jogo: “Aí eu abri o jogo, uma merda o jogo, eu odiei e nunca mais joguei”1. No entanto, como acontece com muitos jogos que se tornam paixões de longa data, Igor acabou retornando ao título após um ano e meio, quando seus amigos começaram a jogar.

Memórias Competitivas e The International

Um dos pontos altos da discussão é a rememoração dos grandes momentos competitivos de Dota, especialmente as finais do The International (TI), o maior campeonato do jogo.

TI3: O Ápice da Era Dourada

Igor relembra com nostalgia o que considera o melhor momento para se tornar fã de Dota: “Para mim a melhor época para gostar de Dota era quando a Navi ainda era um time do momento, TI3 tava rolando… eu assisti o TI3, eu vi a final do TI3, e aquele momento foi o melhor momento para gostar de Dota, foi ali que eu comecei a gostar mesmo de Dota”1.

Esta final, entre Na’Vi e Alliance, é frequentemente citada por fãs de longa data como um dos momentos mais épicos na história dos eSports, não apenas de Dota. Os participantes discutem com entusiasmo detalhes desta partida lendária, mencionando jogadas memoráveis como o “suporte Puck” e o “Natures do Bulldog”1.

Histórias dos Profissionais

A conversa também toca em histórias sobre jogadores profissionais lendários, como o Admiral Bulldog da Alliance. Analog compartilha um fato interessante: “O Admiral Bulldog da Alliance ganhou esse TI, ele tinha maior win rate por muito tempo com o mesmo herói seguido, tinha tipo assim 26 partidas Lone Druid ganhas e seguidas, tipo assim bizarro… ele ainda aposentado depois de anos, passou 10 anos e ainda o cara tem o recorde de maior winrate com o mesmo herói”1.

Este comentário leva a uma reflexão sobre especialização versus versatilidade no Dota competitivo, com a analogia bem-humorada: “É isso né cara, tem que ser igual o Rock Lee, treinar um chute mil vezes”1, referenciando o personagem do anime Naruto conhecido por sua dedicação ao treinamento.

A Cultura dos Itens e Colecionáveis

Um aspecto que revela a profundidade do envolvimento dos participantes com o universo de Dota é a discussão sobre itens, compêndios (depois chamados de battle pass) e colecionáveis dentro do jogo.

O Sistema de Recompensas e Colecionáveis

Os participantes discutem com paixão os itens exclusivos que poderiam ser obtidos através dos antigos compêndios e atuais battle passes: “Um dos meus maiores arrependimentos da minha vida é não ter comprado o compêndio do Battle Pass na época do ax sem machado”1, lamenta um dos participantes, referindo-se a um item cosmético exclusivo que não pode mais ser obtido.

Este sentimento de “arrependimento” por itens perdidos é comum entre jogadores de longa data, especialmente considerando o sistema da Valve de oferecer itens exclusivos por tempo limitado. Como outro participante menciona: “Eu sempre prometo não gasto mais dinheiro com roupinha, aí sai uma nova, ah eu preciso, eu preciso”1, revelando o poder do marketing de exclusividade e colecionismo que a Valve implementou com sucesso.

A Era do Garena e as Primeiras Comunidades Online

Um dos segmentos mais interessantes do episódio é quando os participantes discutem as primeiras plataformas online onde o Dota era jogado, especialmente o Garena e seu predecessor, o GG Client.

Administração e Poder na Adolescência

Analog compartilha uma história fascinante sobre como, ainda adolescente, tornou-se administrador da plataforma GG Client, que posteriormente se tornaria o Garena: “Eu acho que ali [no Garena] era maior, tinha 180 salas cada uma com 225 pessoas. Eu lembro que eu administrava aquilo lá… eu acho que foi a época que eu mais tive responsabilidade na vida, eu tinha uns 14 anos”1.

Esta experiência precoce de gestão de comunidades online é particularmente interessante, especialmente considerando a escala: “Era um monte de moderador, era todo mundo falando assim: ‘Me ban, desban, ban, desban’”1. Analog explica que começou no “GG Client”, que precedeu o Garena, uma plataforma que inicialmente funcionava apenas por convite.

O Desenvolvimento de Habilidades e Conexões

A conversa revela como estas primeiras experiências em comunidades online ajudaram a formar não apenas jogadores, mas também profissionais de tecnologia. Analog menciona: “Eu era representante nas Américas do GG Client que virou Garena que hoje é uma empresa de 8 bilhões de dólares e eu nunca ganhei um centavo”1, uma observação que gera risos, mas também reflexão sobre como jovens talentos contribuíram para o crescimento de plataformas que se tornaram gigantes corporativos.

Igor brinca: “Então você tá me dizendo que foi um trabalho escravo infantil que eles fizeram?”1, ao que Analog responde, bem-humorado: “Talvez sim, talvez sim”1.

Personagens Favoritos e Estilos de Jogo

A discussão sobre personagens favoritos revela muito sobre os estilos de jogo e personalidades dos participantes, mostrando a diversidade de abordagens que o Dota permite.

Invoker: O Personagem Emblemático

Igor compartilha sua experiência com o Invoker, um dos personagens mais complexos e técnicos do jogo: “Sabia que o personagem que eu mais joguei na minha vida no Dota 2 foi o Invoker?”1. Ele complementa que, apesar de não jogar com o personagem há muito tempo, “ele ainda é o personagem que eu mais joguei na minha vida”1, demonstrando a marca duradoura que certos heróis deixam nos jogadores.

A discussão sobre o Invoker leva a comentários bem-humorados sobre a satisfação de acertar habilidades específicas: “Acertar uns sunstrike cara, era bom ser noob né, tu gosta, fica feliz com coisa pequena”1, ao que outro participante responde: “Ah não, mas acertar um sunstrike, eu acho que qualquer bracket você vai, você sempre tem um gostinho a mais”1.

Reflexões sobre a Comunidade e o Futuro do Jogo

Ao longo da conversa, os participantes oferecem reflexões sobre o estado atual do jogo e sua comunidade, tocando em temas como a base de jogadores e as mudanças na monetização.

A Base de Jogadores

Um comentário interessante surge quando os participantes discutem o tamanho atual da comunidade de Dota. Igor brinca: “Então só os nerd para falar de Dota hoje então, 10% da galera que joga Dota tá aqui hoje”1, sugerindo que a comunidade de jogadores teria diminuído.

No entanto, outro participante contesta: “Não é verdade, não é verdade, tem mais”1, explicando que o jogo passou por uma revitalização: “Ele voltou a ser bem jogado agora, tem uma galera, às vezes tem um pico lá e pega top dois da Steam”1. Esta observação reflete a realidade de muitos jogos de longa duração, que passam por ciclos de popularidade.

Mudanças na Monetização

Um tema que gera discussão é a mudança nas políticas de monetização da Valve, especialmente em relação aos torneios: “Eles ficaram puto de 25% das vendas ir pros jogadores, essa é a virada de chave deles”1. Os participantes discutem como, em edições anteriores do The International, 25% do valor arrecadado com a venda de itens ia para a premiação do torneio, gerando valores impressionantes: “Teve o TI ali da pandemia, um antes vendeu, foi 40 milhões, então vendeu 160 né, vai 25% pra premiação”1.

Conclusão: Um Tributo à Longevidade de Dota

O episódio, repleto de histórias, memórias e análises, serve como um testemunho da incrível longevidade e impacto cultural do Dota. Desde suas origens modestas como um mod de Warcraft III até se tornar um dos maiores fenômenos dos eSports, o jogo criou uma comunidade apaixonada e leal que transcende gerações de jogadores.

A conversa entre estes entusiastas veteranos revela não apenas a evolução do jogo em si, mas também como ele se entrelaçou com as vidas de seus jogadores, formando memórias, amizades e até mesmo carreiras profissionais. Como Igor declara com convicção: “Dota é muito f*a né cara, dota é o melhor jogo que existe há muito tempo já, na verdade na minha opinião”**1.

Para os fãs de longa data, este episódio oferece uma viagem nostálgica por memórias queridas. Para os recém-chegados, serve como uma janela para a rica história e cultura que tornaram o Dota não apenas um jogo, mas um fenômeno cultural duradouro.

Referências:
-1 Transcrição do episódio “EPISÓDIO PRA VOCÊ QUE GOSTA DE DOTA [com Astini e 4nalog] – 27 de março de 2025”, disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=oxyOesWjJYE


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