Nesta profunda e reveladora entrevista, o ex-pastor presbiteriano Eduardo Faria compartilha sua jornada de fé que o levou à Igreja Católica. Acompanhe a conversa com Altamir Gomes, editor do livro “Surpreendido pela Verdade”, onde Eduardo detalha as inquietações, os estudos e as descobertas que o fizeram abraçar o catolicismo. Este relato é um testemunho de busca pela verdade e de encontro com a beleza e a profundidade da fé católica.
Descrição dos Entrevistados
- Eduardo Faria: Ex-pastor presbiteriano, professor e autor do livro “Surpreendido pela Verdade”. Eduardo compartilha sua trajetória de fé, desde as primeiras inquietações no protestantismo até a conversão à Igreja Católica. Sua experiência é marcada por um profundo estudo das Escrituras, dos Padres da Igreja e por um sincero desejo de encontrar a verdade.
- Altamir Gomes: Editor da Patriz Publicações e entrevistador de Eduardo Faria. Altamir conduz a conversa, explorando os detalhes da jornada de fé de Eduardo, as dificuldades enfrentadas e as descobertas que o levaram a se tornar católico. Sua experiência como editor e sua própria jornada de fé enriquecem a entrevista.
Análise Detalhada do Vídeo
A entrevista com Eduardo Faria é um mergulho profundo em sua jornada de fé, desde o início de suas dúvidas no protestantismo até a conversão à Igreja Católica. A conversa é conduzida por Altamir Gomes, que explora os pontos cruciais dessa transformação, revelando os desafios, as descobertas e as convicções que levaram Eduardo a abraçar o catolicismo. A seguir, apresentamos uma análise detalhada dos principais temas abordados na entrevista.
Inquietações Iniciais no Protestantismo
Eduardo Faria relata que, desde o início de sua experiência no protestantismo, sempre o incomodou a falta de unidade entre as diversas denominações. Ele questionava como, seguindo a mesma Bíblia, as igrejas protestantes podiam ter doutrinas tão discrepantes. Essa inquietação o acompanhou ao longo de sua jornada, levando-o a um estudo mais aprofundado das Escrituras e da história da Igreja.
- Falta de Unidade: A diversidade doutrinária no protestantismo sempre foi um ponto de questionamento para Eduardo. Ele não conseguia entender como, baseando-se na mesma Bíblia, as igrejas protestantes chegavam a conclusões tão diferentes.
- Defesa da Doutrina Presbiteriana: Inicialmente, Eduardo acreditava que a doutrina presbiteriana era a mais correta e defendia fervorosamente suas convicções, tentando convencer outros de que estava certo.
- Igreja Católica como Anti-Igreja: Eduardo foi ensinado a ver a Igreja Católica como uma falsa igreja, uma anti-igreja, e acreditava que a multiplicidade de denominações protestantes era o preço a se pagar pela liberdade do catolicismo.
O Debate com o Pastor Batista e a Patrística
Um momento crucial na jornada de Eduardo foi um debate com um pastor batista sobre o batismo infantil. Ao citar argumentos da patrística para defender o batismo de crianças, Eduardo foi confrontado com a realidade de que os primeiros cristãos também praticavam devoção a Maria, imagens e oração pelos mortos. Essa revelação o levou a um estudo mais aprofundado dos Padres da Igreja, que o fez questionar suas convicções protestantes.
- Argumento da Ancestralidade: O pastor batista questionou a validade de usar a ancestralidade da prática para justificar o batismo infantil, uma vez que outras práticas católicas também estavam presentes nos primeiros séculos do cristianismo.
- Estudo dos Padres da Igreja: Eduardo iniciou um estudo dos escritos dos Padres da Igreja, como Santo Inácio de Antioquia, São Justino Mártir e Santo Irineu de Lyon, buscando compreender a fé dos primeiros cristãos.
- Descobertas na Patrística: Eduardo descobriu que os Padres da Igreja, que conviveram com os apóstolos ou com seus discípulos diretos, já ensinavam sobre o primado de Roma, a Eucaristia e a figura do bispo, elementos que ele rejeitava no protestantismo.
A Incoerência Protestante na Abordagem da Patrística
Eduardo aponta uma incoerência na abordagem protestante da patrística, que geralmente se concentra nos Padres da Igreja a partir do século IV ou V, ignorando os primeiros séculos. Ele argumenta que, se a Reforma Protestante pretendia ser um retorno às origens do cristianismo, deveria considerar os ensinamentos dos Padres da Igreja desde o século I, que testemunharam a fé dos apóstolos.
- Retorno às Origens: O protestantismo alega ser um retorno à Igreja neotestamentária, mas ignora os ensinamentos dos primeiros Padres da Igreja, que conviveram com os apóstolos.
- Degeneração Pós-Constantino: Muitos protestantes afirmam que a Igreja Católica se degenerou após Constantino, mas paradoxalmente citam Padres da Igreja como Santo Agostinho e São Jerônimo como modelos de fé.
- Canon das Escrituras: O próprio cânon das Escrituras foi definido após Constantino, o que levanta a questão de como uma igreja corrompida poderia definir o cânon.
O Pressuposto do Sola Scriptura
Eduardo critica o pressuposto do “sola scriptura”, que afirma que somente a Bíblia é a autoridade suprema e infalível. Ele argumenta que toda igreja tem sua tradição e seu magistério, e que o “sola scriptura” acaba se tornando “sola minha interpretação das Escrituras”. Essa interpretação individualista ignora o abismo histórico, geográfico e linguístico entre o leitor moderno e os autores bíblicos.
- Tradição e Magistério: Toda denominação tem seu magistério, mas no protestantismo, a interpretação individual da Bíblia prevalece sobre a tradição e o magistério.
- Abismo Histórico: O protestantismo ignora o contexto histórico, geográfico e linguístico em que a Bíblia foi escrita, interpretando as Escrituras de forma isolada.
- Interpretação Seletiva: Os protestantes tendem a extrair das Escrituras apenas aquilo que compreendem, rejeitando ensinamentos que não se encaixam em sua interpretação.
O Momento Decisivo: A Pergunta do Católico
Um momento decisivo na jornada de Eduardo foi quando um católico que frequentava a igreja que ele pastoreava perguntou por que deveria se tornar presbiteriano e deixar de ser católico. Ao responder com os argumentos tradicionais contra a Igreja Católica, Eduardo percebeu que não acreditava mais no que estava dizendo. Esse momento o fez questionar sua fé protestante e o impulsionou a buscar a verdade no catolicismo.
- Resposta Protocolar: Eduardo deu uma resposta protocolar, repetindo os argumentos tradicionais contra a Igreja Católica, mas sem convicção.
- Crise de Consciência: Ao chegar em casa, Eduardo se sentiu um “picareta” e um “pilantra” por ter dito algo em que não acreditava.
- Impossibilidade de Permanecer Protestante: A partir desse momento, Eduardo percebeu que era impossível permanecer protestante, pois sua consciência o impedia de continuar pregando algo em que não acreditava.
A Atração da Igreja Católica
Eduardo destaca que a Igreja Católica não é apenas centrífuga, no sentido de ir em missão, mas também centrípeta, no sentido de atrair as pessoas para si. Ele menciona a Eucaristia, a beleza artística, a história da Igreja e o plano de vida que ela oferece como elementos que atraem as pessoas para o catolicismo. Ele cita a frase de um amigo, filho de pastor presbiteriano, que disse que mesmo se Deus não existisse, a melhor forma de viver seria como católico.
- Missão Centrípeta e Centrífuga: A Igreja Católica é chamada a ir em missão, mas também a atrair as pessoas para si, como no Antigo Testamento, onde Israel deveria ser um povo modelo para as nações.
- A Eucaristia como Centro: A Eucaristia é o centro da fé católica e um dos principais elementos que atraem as pessoas para a Igreja.
- Plano de Vida: A Igreja Católica oferece um plano de vida que guia os fiéis na busca pela felicidade e pela santidade.
O Impacto da Conversão na Família
Eduardo relata que sua esposa, Nati, foi fundamental em sua jornada de conversão. Inicialmente, ela se mostrou cautelosa e propôs investigar a hipótese de que a Igreja Católica era a verdadeira Igreja de Cristo. Ao longo do tempo, Nati se aprofundou nos estudos da fé católica, tornando-se uma grande apoiadora de Eduardo e uma fervorosa católica. A bênção “Urbi et Orbi” do Papa Francisco em 2020 foi um momento marcante na jornada de Nati, que se sentiu pastoreada pelo Papa naquele momento.
- Apoio da Esposa: Nati apoiou Eduardo em sua busca pela verdade, propondo investigar a hipótese de que a Igreja Católica era a verdadeira Igreja de Cristo.
- Estudos da Fé Católica: Nati se aprofundou nos estudos da fé católica, lendo encíclicas papais e livros sobre o tema.
- Bênção “Urbi et Orbi”: A bênção do Papa Francisco em 2020 teve um impacto profundo na jornada de Nati, que se sentiu pastoreada pelo Papa naquele momento.
Resistências e Perseguições
Eduardo compartilha que, após se tornar católico, experimentou perseguições e ofensas, sendo acusado de ser mau caráter e de ter se convertido por interesse financeiro. Ele segue o conselho de São Pedro de não revidar as ofensas, considerar um privilégio sofrer por Cristo e ser o melhor exemplo de católico possível. Ele destaca a importância de viver uma vida que gere perguntas e indagações, estando preparado para responder com caridade e verdade.
- Não Revidar as Ofensas: Seguir o exemplo de Cristo, que quando ofendido não revidava, mas se entregava àquele que julga com justiça.
- Considerar um Privilégio: Alegrar-se por sofrer por causa de Cristo, entendendo que é um martírio branco, sem derramamento de sangue, mas com sofrimento na reputação.
- Ser o Melhor Exemplo: Viver uma vida que testemunhe a fé católica, ao ponto de as pessoas questionarem seus métodos, mas não seus resultados.
O Livro “Surpreendido pela Verdade”
Eduardo descreve seu livro “Surpreendido pela Verdade” como um meio de evangelização, um testemunho de sua jornada de fé e um subsídio para que os leitores possam entender e defender a fé católica. Ele destaca o capítulo “A Bíblia me tornou católico”, onde apresenta versículos bíblicos que o fizeram mudar de opinião sobre diversos temas, como relíquias, confissão e intercessão dos santos.
- Meio de Evangelização: O livro tem o objetivo de fortalecer os católicos na fé, ajudar aqueles que estão em busca da verdade e apresentar a beleza e a profundidade da fé católica.
- Testemunho Pessoal: O livro narra a jornada pessoal de Eduardo, desde as primeiras inquietações no protestantismo até a conversão à Igreja Católica.
- Subsídio Doutrinário: O livro oferece um subsídio doutrinário para que os leitores possam entender e defender a fé católica, com base nas Escrituras e na teologia patrística.
A Importância da Oração e da Obediência
Eduardo destaca o papel fundamental da oração em sua jornada de fé e na escrita do livro. Ele menciona a história de Santa Teresinha do Menino Jesus, que escreveu sua autobiografia por obediência à madre superiora, e como Altamir Gomes o incentivou a escrever seu livro. Ele expressa gratidão a todas as pessoas que o apoiaram nessa jornada, incluindo sua esposa, Dom Gil e Scott Hahn.
- Oração como Motivação: A oração para que o livro fosse um meio de evangelização o motivou a escrever, mesmo diante das dificuldades.
- Obediência e Confiança: Assim como Santa Teresinha escreveu por obediência, Eduardo se sentiu impelido a escrever por causa do incentivo de Altamir.
- Gratidão: Eduardo expressa gratidão a todas as pessoas que o apoiaram em sua jornada, reconhecendo que o livro nasceu de uma confluência de vários fatores.
Conclusão
A entrevista com Eduardo Faria é um testemunho inspirador de busca pela verdade e de encontro com a beleza e a profundidade da fé católica. Sua jornada, marcada por inquietações, estudos e descobertas, revela a importância de questionar, de estudar e de se abrir à ação da graça divina. O livro “Surpreendido pela Verdade” é um convite para que cada um possa trilhar seu próprio caminho de fé, guiado pela luz do Evangelho e pela sabedoria da Igreja Católica.
A história de Eduardo Faria é um farol para aqueles que buscam a verdade e um incentivo para que os católicos aprofundem sua fé e a testemunhem com alegria e convicção. Que este relato inspire muitos a se surpreenderem com a verdade e a encontrarem na Igreja Católica o caminho para a plenitude da vida em Cristo.